segunda-feira, 8 de setembro de 2008

De um ônibus pro outro...

Como alguns de vocês sabem, moro no Mato Grosso. Mais precisamente, numa tal de Tangará da Serra.
Como um pouco menos de vocês sabem, minha mãe mora na capital, Cuiabá.
Como quase ninguém sabe, venho pra cá de vez em quando. Agora que mudei de emprego (Brasil Telecom é com a Mídia Soluções) devo vir pra cá com mais frequência.
Nunca aprendi a andar nessa cidade louca. Acho o trânsito daqui confuso demais, sei lá. Não conheço a cidade, o que piora um bocado...
Sempre que andava aqui era de carona, ou guiado, como quando busquei minha moto. Desta vez foi diferente. Conheci um novo meio de avaliação psicológica do ser humano.
O ônibus.



É um lugar em que as pessoas ficam unidas, compartilhando histórias, sentimentos e odores corporais. Principalmente.
Mas o atual objeto da minha pesquisa é outro: o ser humano e o convívio em grupo.
Diferente do mostrado nos filmes e novelas, não vi nenhum assalto ou ninguém bulinando alguém. Isso nas minhas 2 horas e meia de viagem, entre ida e vinda.
O que é realmente interessante é um disputado objeto: um assento vazio.
Ônibus lotado, calor desgraçado... alguém levanta e ele aparece! Os olhos da multidão de pé brilham. Seria uma correria pra sentar, se não fosse o sujeito composto da história.
Lembre-se: quase todos os lugares no ônibus vem em 2. Um na janela, outro no corredor.
E lá está o sujeito sentado. E esse sujeito é você.
Você está sentado naquela situação constrangedora. Tá lá no seu direito, sentado na janelinha e surge uma vaga do seu lado.
Seu coração pulsa na expectativa de quem será seu companheiro de viagem. Homem, mulher, bonito, feio, cheiroso, fedido, blá, blá ou blá.
Mas surpreendentemente, ninguém se senta.
Sua mão sua, sua testa sua, sua bunda sua... e você percebe que o problema é mais grave do que você pensa.

O problema é você!

E são dois, os principais motivos para ninguém sentar ao teu lado.
O primeiro é: você parece um marginal.
Ninguém quer ser roubado, logo não sentam perto de você.
Não adianta querer discordar de mim... as pessoas olham pra você e acham que você é um "boy de vila".
Boné pra trás, gorro de frio no verão, cara de mau, piercing na sobrancelha, tatuagem, bermuda florida, camisa de time de basquete americano, correntes segurando a carteira, colares no pescoço, brinco na orelha.
Se você tem só um desses itens/acessórios/coisas pode ser que você passe por algum outro tipo de classificação, e um corajoso talvez arrisque. Se você tem 2 ou mais, já era. Só outro boy de vila pra sentar do teu lado.

O outro motivo é simples. E esse não tem como disfarçar, tirar ou esconder. Aquela bela loira/morena que estuda na tua faculdade. Aquele cara que você acha lindo (pô... mulheres leêm isso aqui!). Esquece. Seu lugar é tão proibido pra eles quanto um quindim pra diabético.
O Osama sentaria ao lado do Bush, mas não ao seu.
Não tem como você fugir. Não tem como negar.

Você é feio
.



Em tempo: 2 horas e meia de viagem, sim. Consegui pegar 2 ônibus errado... mas passa pra frente!
Em tempo [2]: viajei a maior parte do tempo em pé. =)

3 comentário(s):

Anônimo disse...

bem vindo ao inferno!

Anônimo disse...

qdo é assim, vc um boy de vila feio pra kct foi bolinado!!!!!!!!!
suhaushuashuhasu!!!

Ásbel disse...

hauhauhau ^^

trem é a mesma coisa... só q eu passo no mínimo 3 horas dentro dele por dia.. isso quando num atrasa, num dá pane no sistema, ninguém rouba cabo nem nada... =p

já disseram no modo restrito (cuiabá), mas eu repito pro genérico.. bem vindo ao inferno! =x